Dear reader,
É muito fácil julgarmos as pessoas ao nosso redor, principalmente se forem pessoas mais velhas que você. Eu tenho 19 anos, mas às vezes é difícil acreditar que já vou fazer 20, e o que eu mais escuto as pessoas falarem são coisas do tipo: “você é jovem” , “você tem toda uma vida pela frente” , “tudo bem não saber de tudo, você só tem 19 anos”.
A questão é que pessoas de 30 ou mais anos de idade podem sentir as mesmas coisas que alguém de 18. Eu já conheci adolescentes de 16 anos que se sentiam sozinhas porque não tinham namorado, mas já conheci pessoas de 37 que se sentiam do mesmo jeito. Já conheci pessoas de 18 anos que ainda se sentiam magoadas pela forma como o pai as tratou, mas também conheci pessoas de 59 que se sentiam exatamente da mesma forma. Adultos são crianças que cresceram, e quando você se torna adulto, uma responsabilidade é jogada nas suas costas, então parece que seus sonhos, receios e qualquer outro sentimento que não seja “adulto demais” precisa ser deixado de lado.
Todos nós estamos vivendo pela primeira vez, todo dia passamos por situações e experiências novas, nem que sejam as mais simples do cotidiano. Um idoso de 90 anos está vivendo pela primeira vez assim como uma criança de 7 anos, a diferença é a idade claro, e as experiências de vida, mas o fato de você ter muitas experiências não faz com que você se torne alguém que sabe tudo sobre a vida. As vezes nos cobramos demais e exigimos muito das pessoas, sendo que, se você parar para analisar, estamos no mesmo barco, torcendo para que ele não naufrague.
Status, renda, profissão, idade... tudo isso conta, tudo isso importa, mas ninguém deveria se considerar superior por isso. Acredito que se parássemos para pensar em como nem toda experiência é única, iríamos ter mais empatia. Um dia eu parei para pensar que a minha mãe também já foi uma garotinha, assim como já foi uma adolescente que teve todas as inseguranças e questionamentos que eu já tive, então isso me fez lembrar de todas as vezes que eu esperava uma solução para tudo que eu considerava errado em minha vida, tudo que eu achava que precisava de uma resposta imediata. Os meus pais também estão vivendo pela primeira vez, e querendo ou não, também estão aprendendo sobre a vida, todos nós, a cada dia.
Eu pensei nesse assunto do nada, sem nenhum motivo específico, mas é assustador pensar em todas as cobranças e incertezas que a vida tem. É assustador pensar que estamos crescendo, envelhecendo, amadurecendo e até mesmo esquecendo de quem realmente somos. E nós somos a mesma pessoa de 5, 10, 15 anos atrás, é nítido que a aparência, personalidade e gostos pessoais mudam, mas somos crianças que cresceram, ainda temos sonhos e preocupações, mesmo que sejam diferentes de algum tempo atrás.
Uma vez uma pessoa muito importante para mim disse que nós nunca devemos parar de sonhar, porque quando alguém para de sonhar é porque não acredita mais, é porque desistiu. E eu sempre fui alguém que não gostava de ter sonhos, que achava estupidez, até porque já basta sonharmos enquanto estamos dormindo sem a nossa vontade, então porque perder tempo sonhando acordado? Na minha percepção, os sonhos só existiam enquanto eu dormia, porque toda vez que eu acordava eu sabia que nada naquilo era real, que nada daquilo iria acontecer. Isso anula sua criança interior, você anula aquela parte dentro de você que ainda acredita em algo, em algo bom.
Essa frase do filme diz que quando você cresce, seu coração morre, não no sentido literal óbvio, mas em relação a sentimentos e tudo que envolve o lado emocional e sentimental da vida. Não podemos esquecer nunca que nós, todos nós, somos crianças que cresceram, ninguém nasce adulto, ninguém nasce traumatizado, com bloqueios emocionais ou medos, ninguém nasce sabendo tudo, assim como ninguém morre sabendo tudo. Nós nunca iremos saber tudo sobre tudo. A forma como nos tratamos é austera, isso faz com que a nossa essência seja esquecida, ou até mesmo perdida.
Para crescer e envelhecer, o seu coração não precisa morrer
Ele precisa florescer
Afagar e cuidar
Daquilo que dentro de nós
Nunca vai deixar de morar.
-Maria Eduarda
20/09/24
Acredito que se nos desligarmos um pouco da correria, podemos nos relembrar e nos reconectar com quem somos de verdade, com quem nunca deixamos de ser. A vida só precisa ser vivida em um ritmo frenético, que anula sensações, sentimentos, se você quiser. Podemos viver como adultos sem jamais esquecermos de que já fomos crianças.
With love, Duda.
*imagens do pinterest*
amei o texto, diva! ✨💞
ResponderExcluirQue menina sábia, graças a Deus! Escreve muito bem minha linda. ❤
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