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Meu nome é Maria Eduarda
Eu sou estudante de Letras. Criei esse blog para falar (ou escrever) sobre assuntos que eu gosto, opiniões, resenhas, cultura, receitas… É difícil falar tanta coisa em apenas um resumo, mas uma coisa é certa, a cada post vocês irão conhecer um pouco mais sobre mim!
On The Blog

Fui e sou criada por uma linhagem de mulheres fortes. Mulheres corajosas, determinadas, audaciosas, entre muitos outros adjetivos.

Na minha família, as mulheres sempre tiveram voz, sempre tiveram coragem e sempre tiveram determinação, e eu sei que isso é um privilégio. Elas não se deixam amedrontar, não se deixam enganar e muito raramente se deixam abalar. E quando se abalam, logo depois se reerguem.

Mas não posso deixar de citar que também são mulheres que amam, que são gentis, carinhosas, leais… São mulheres que amam o próximo, mas que também aprenderam a se amar e que me ensinam, a cada dia, a me amar um pouco mais.

Do ponto de vista masculino, parece assustador. E, para eles, realmente é.

A sociedade faz questão de (tentar) empoderar as mulheres, mas quando uma mulher é realmente dessa forma, ela assusta e preocupa, porque se colocou em uma posição de destaque ou até de superioridade. Destaque por sua inteligência, determinação, coragem e até mesmo pela sua beleza, tanto exterior quanto interior.

Meus exemplos de determinação são as mulheres maias: aquelas que estudavam à noite, pois era o único horário disponível que tinham; aquelas que saíam do trabalho às pressas para se fazerem presentes na apresentação escolar da filha; aquelas que se sustentam sozinhas; aquelas que sabem fazer tudo; aquelas que ajudam pessoas a se tornarem seres humanos melhores; e aquelas mulheres que inspiram muitas outras. Essas mulheres me fazem ser quem eu sou, elas me inspiram e me encorajam a correr atrás dos meus sonhos e objetivos, elas me fazem admirá-las cada vez mais, e talvez nem saibam o tamanho da admiração que tenho por elas. Pelas minhas tias, minha avó, minha bisa, minha mãe, minhas primas... até as histórias sobre as mulheres das gerações passadas me fazem admirá-las e me sentir feliz por fazer parte dessa história e dessa família.

Clichê dizer que o Dia da Mulher é todo dia, né? Mas é todo dia que sua mãe, irmã, esposa, filha, namorada, colega de trabalho, sobrinha, enteada, tia, amiga… deve ser respeitada e bem tratada.

Não foi à toa que eu não publiquei isso no dia 08 de março. O Dia da Mulher foi ontem, mas também é hoje, amanhã e em todos os outros dias do ano. Claro que é uma data bonita e que pode ser celebrada com algo especial, fora do cotidiano, mas podemos pelo menos tentar fazer com que todos os outros dias sejam especiais também, mesmo que nos pequenos detalhes. Faço questão de valorizar e demonstrar amor a cada mulher ao meu redor, e quando falo sobre amar e respeitar, não deve vir apenas dos homens, mas as próprias mulheres também precisam se respeitar e cuidar umas das outras, ainda mais no mundo em que vivemos.

Continuaremos conquistando tudo aquilo que merecemos, continuaremos nos destacando e assumindo papéis importantes neste mundo, continuaremos correndo atrás dos nossos sonhos e conquistando-os, continuaremos nos inspirando e servindo de inspiração para outras mulheres, sejam elas crianças, adultas, jovens, idosas, adolescentes… Que, além de exemplos de mulheres, possamos ser exemplos de seres humanos.

Feliz nosso dia, que é todo dia. ❤️

domingo, 9 de março de 2025

Dear reader,

A crise dos 20 é aquele momento em que você começa a questionar tudo na sua vida, até mesmo quem você é, e se gosta dessa sua versão atual.

Eu tive a crise dos 20 mais intensamente no ano passado. Costumam dizer que sofro um pouco por antecipação, então já estava sentindo a responsabilidade dos 20 antes mesmo de fazer 19. Para mim, foi muito difícil; eu tinha crises de ansiedade e sentia que ninguém iria realmente entender o que se passava dentro de mim. 2023 foi um ano bem complicado para minha saúde mental, mas, felizmente, eu nem reconheço mais essa minha antiga versão. É muito bom ver e perceber sua evolução como pessoa. Digo e escrevo com plena certeza que, neste ano, me tornei alguém que minha versão criança admiraria.

Os 20 são aquela fase em que alguns estão começando a faculdade, outros casando, outros iniciando um mestrado, conhecendo o amor de sua vida, mudando de profissão... Eu diria que é uma idade de muitas mudanças, e é muito difícil não se cobrar em relação a elas. Aquelas frases como: "viva o agora", "aproveite o momento", "cuide da sua versão atual" são frases que carregam consigo muita verdade, mas ao mesmo tempo não mudam nada no coração e na mente de alguém que vive ansiosa em relação ao futuro. "Dos 20 aos 29, você tem que decidir sua vida", isso é o que a sociedade e nós mesmos impomos, mas será que é realmente verdade? Acho que depende muito.

Eu, Maria Eduarda, não posso ser hipócrita e dizer que não faço planos importantes para essa fase; eu realmente faço, mas não vivo mais o presente só pensando no futuro. Isso fazia com que eu perdesse, ou quase perdesse, boas experiências e oportunidades no agora. É muito difícil controlar os próprios pensamentos, mas uma coisa posso afirmar: quando você usa o seu tempo sendo produtiva, por mais difícil que seja, e usa o seu tempo focando realmente no seu eu de agora para ser uma versão melhor no futuro, tudo e todos que pertencem a você vão chegar no momento certo.

Acredito que demora para percebermos todas essas coisas; demora para percebermos quem são as pessoas que devem realmente estar conosco e quem somos de verdade. Mas, quando você percebe, tudo no agora começa a fazer sentido, e de repente, o futuro nem parece tão assustador assim. Até porque o nosso futuro é o que fazemos dele, e nós precisamos cuidar dele no agora. Cuidar é muito diferente de surtar ou se desesperar; é pensar sobre ele com carinho, cuidado e sempre muito amor, ao invés de milhares de preocupações. Não sou muito de falar da minha fé aqui no blog, mas sei que em hipótese alguma devo escondê-la, e posso afirmar com toda certeza que habita em mim que não haveria essa paz em relação ao meu futuro, a paz que tanto ansiava mas achava impossível de ter, se não fosse pelo meu Pai, aqueEle que deu a vida por mim e levou consigo todas as minhas preocupações, que agora nem são mais minhas.

Acho que a crise dos 20 é aquele medo de não conseguir alcançar coisas extraordinárias, o que faz com que a gente esqueça que a felicidade, na verdade, também pode existir nas coisas mais simples do cotidiano. Tenho certeza que, se aproveitarmos mais a companhia das pessoas ao nosso redor, nossos momentos de solitude e nossas conquistas, mesmo que pequenas, a cada dia, seremos pessoas mais leves e felizes.

Independente da sua idade, não é saudável se cobrar tanto. Somos humanos e estamos aprendendo mais sobre o mundo e sobre nós mesmos a cada dia. Apesar de a fase dos 20 nos trazer grandes responsabilidades, precisamos ao menos tentar ver tudo com mais leveza. Eu decidi escrever sobre isso porque vou fazer 20 anos no mês que vem, e acho que não há momento melhor para falar sobre esse assunto do que agora. Além disso, às vezes parece impossível sair desse ciclo vicioso de autossabotagem e insegurança, mas não é.

Cada nova fase deve ser vista como uma oportunidade de começar ou até mesmo recomeçar, e, claro, ser vista como uma dádiva. Só o fato de podermos acordar todos os dias, mesmo que mais velhos — o que pode ser assustador para muitos — ainda é uma dádiva e um motivo para agradecer. Em vez de ficarmos tristes e com medo da nova fase, devemos tentar aproveitar o melhor dela e o melhor de nossa nova versão.


With love, Duda. 




segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Dear reader, 

É muito fácil julgarmos as pessoas ao nosso redor, principalmente se forem pessoas mais velhas que você. Eu tenho 19 anos, mas às vezes é difícil acreditar que já vou fazer 20, e o que eu mais escuto as pessoas falarem são coisas do tipo: “você é jovem” , “você tem toda uma vida pela frente” , “tudo bem não saber de tudo, você só tem 19 anos”. 

A questão é que pessoas de 30 ou mais anos de idade podem sentir as mesmas coisas que alguém de 18. Eu já conheci adolescentes de 16 anos que se sentiam sozinhas porque não tinham namorado, mas já conheci pessoas de 37 que se sentiam do mesmo jeito. Já conheci pessoas de 18 anos que ainda se sentiam magoadas pela forma como o pai as tratou, mas também conheci pessoas de 59 que se sentiam exatamente da mesma forma. Adultos são crianças que cresceram, e quando você se torna adulto, uma responsabilidade é jogada nas suas costas, então parece que seus sonhos, receios e qualquer outro sentimento que não seja “adulto demais” precisa ser deixado de lado.

Todos nós estamos vivendo pela primeira vez, todo dia passamos por situações e experiências novas, nem que sejam as mais simples do cotidiano. Um idoso de 90 anos está vivendo pela primeira vez assim como uma criança de 7 anos, a diferença é a idade claro, e as experiências de vida, mas o fato de você ter muitas experiências não faz com que você se torne alguém que sabe tudo sobre a vida. As vezes nos cobramos demais e exigimos muito das pessoas, sendo que, se você parar para analisar, estamos no mesmo barco, torcendo para que ele não naufrague.

Status, renda, profissão, idade... tudo isso conta, tudo isso importa, mas ninguém deveria se considerar superior por isso. Acredito que se parássemos para pensar em como nem toda experiência é única, iríamos ter mais empatia. Um dia eu parei para pensar que a minha mãe também já foi uma garotinha, assim como já foi uma adolescente que teve todas as inseguranças e questionamentos que eu já tive, então isso me fez lembrar de todas as vezes que eu esperava uma solução para tudo que eu considerava errado em minha vida, tudo que eu achava que precisava de uma resposta imediata. Os meus pais também estão vivendo pela primeira vez, e querendo ou não, também estão aprendendo sobre a vida, todos nós, a cada dia.

Eu pensei nesse assunto do nada, sem nenhum motivo específico, mas é assustador pensar em todas as cobranças e incertezas que a vida tem. É assustador pensar que estamos crescendo, envelhecendo, amadurecendo e até mesmo esquecendo de quem realmente somos. E nós somos a mesma pessoa de 5, 10, 15 anos atrás, é nítido que a aparência, personalidade e gostos pessoais mudam, mas somos crianças que cresceram, ainda temos sonhos e preocupações, mesmo que sejam diferentes de algum tempo atrás.

Uma vez uma pessoa muito importante para mim disse que nós nunca devemos parar de sonhar, porque quando alguém para de sonhar é porque não acredita mais, é porque desistiu. E eu sempre fui alguém que não gostava de ter sonhos, que achava estupidez, até porque já basta sonharmos enquanto estamos dormindo sem a nossa vontade, então porque perder tempo sonhando acordado? Na minha percepção, os sonhos só existiam enquanto eu dormia, porque toda vez que eu acordava eu sabia que nada naquilo era real, que nada daquilo iria acontecer. Isso anula sua criança interior, você anula aquela parte dentro de você que ainda acredita em algo, em algo bom. 

 Filme: O clube dos cinco

Essa frase do filme diz que quando você cresce, seu coração morre, não no sentido literal óbvio, mas em relação a sentimentos e tudo que envolve o lado emocional e sentimental da vida. Não podemos esquecer nunca que nós, todos nós, somos crianças que cresceram, ninguém nasce adulto, ninguém nasce traumatizado, com bloqueios emocionais ou medos, ninguém nasce sabendo tudo, assim como ninguém morre sabendo tudo. Nós nunca iremos saber tudo sobre tudo. A forma como nos tratamos é austera, isso faz com que a nossa essência seja esquecida, ou até mesmo perdida.  


Para crescer e envelhecer, o seu coração não precisa morrer 

Ele precisa florescer 

Afagar e cuidar 

Daquilo que dentro de nós 

Nunca vai deixar de morar.

-Maria Eduarda 

20/09/24


Acredito que se nos desligarmos um pouco da correria, podemos nos relembrar e nos reconectar com quem somos de verdade, com quem nunca deixamos de ser. A vida só precisa ser vivida em um ritmo frenético, que anula sensações, sentimentos, se você quiser. Podemos viver como adultos sem jamais esquecermos de que já fomos crianças.


With love, Duda.


*imagens do pinterest*

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Dear reader,

"Serendipity" é uma palavra que em português significa Serendipidade. Um dia eu estava com a minha família e todos queriam assistir um filme, a escolha do filme foi um que eu nunca tinha assistido, mas quando me falaram brevemente sobre a história eu achei interessante.

Serendipity é um filme de romance, em português se chama "Escrito nas estrelas". O filme conta a história de Jonathan e Sara, dois adultos que se encontram em uma noite comum. Jonathan acredita que foi amor a primeira vista, e Sara acredita em destino. Ambos tiveram uma conexão logo no primeiro dia em que se conheceram, e mesmo se sentindo apaixonados, decidiram deixar o destino escolher se iriam ficar juntos no futuro. Então, eles se separaram e cada um continuou seguindo seu próprio caminho.

A questão é que antes deles se separarem, tiveram uma ideia. Jonathan escreveu seu nome e telefone em uma nota de dólar e comprou algo em uma vendinha perto de onde eles estavam, ele disse que se aquela nota chegasse nas mãos de Sara no futuro, seria destino. E Sara, escreveu seu nome e telefone em um livro e vendeu para um sebo, e caso o livro voltasse para as mãos de Jonathan, também seria destino. 

A questão é que até aquele momento eu nunca tinha ouvido falar nessa palavra, nem em português e nem em inglês. E recentemente eu estava lendo um artigo sobre a teoria da linha vermelha que liga pessoas umas nas outras, e nesse artigo, essa palavra foi citada, então eu decidi pesquisar o significado. 

"Ato ou capacidade de descobrir coisas boas por mero acaso, sem previsão. Circunstância interessante ou agradável que ocorre sem aviso, inesperadamente; casualidade feliz; eventualidade."

O filme é sobre destino e amor. Sara acredita muito em destino e não em coincidências. Os protagonistas ficam 10 anos separados, e durante esses 10 anos, muita coisa acontece, e é realmente muito legal ver o desenrolar da história. 

O que significa serendipidade no amor?

No contexto do amor, serendipidade muitas vezes se manifesta como o encontro com alguém especial nas circunstâncias mais inesperadas. Pode ser um encontro casual em um parque ou um encontro aleatório no mercado que se torna um relacionamento profundo e com muita conexão. Serendipidade no amor significa a magia dos momentos não planejados e a alegria de descobrir uma conexão especial onde você menos esperava ou imaginava. É sobre o acaso que não acontece por acaso. 

E é exatamente isso que acontece no filme, eles se conhecem sem nenhum dos dois esperar, muitos diriam que foi apenas uma simples coincidência, mas isso vai depender se você acredita em coincidências ou em destino. Acredito que para formar uma opinião sobre esse assunto vai depender muito de cada pessoa, eu mesma conheço algumas pessoas que acreditam fortemente em destino, naquela famosa frase "se é para ser, será", enquanto outras acham que tudo é uma coincidência, e que não existe essa coisa de "magia" da vida. Cabe a cada pessoa decidir no que irá acreditar. 

Um pouco mais sobre o filme:

"Serendipity" tem toda aquela atmosfera de festas de final do ano, com tudo decorado para o natal, luzes por toda a cidade, e a correria para que tudo seja perfeito. Como eu disse anteriormente, o filme tem um espaço de tempo de 10 anos, então ele não se passa apenas no natal. Não é um romance adolescente, é um romance entre 2 adultos que, além do amor, também se preocupam com a correria da vida adulta. Eu também não posso deixar de citar que se você assistir o filme não irá se deparar com o casal junto em todos os momentos; existem outras pessoas e outras situações durante a trama, e cabe ao telespectador decidir se irá acreditar no destino ou se tudo foi coincidência. O filme foi lançado em 2001, não é à toa que eu gostei tanto, visto que meus romances favoritos foram lançados nos anos 90 e 2000. 

A minha opinião em relação a isso é baseada em minhas crenças e experiências pessoais. Eu acredito em coincidências, mas também acredito que nem tudo é coincidência. Acho que não faria sentido se tudo acontecesse por acaso; acaso pode ser você chegar e achar a última caixa de morangos no mercado, mas agora, conhecer pessoas, lugares, experienciar coisas novas e especiais ao lado de pessoas mais especiais ainda... tudo isso, pelo menos para mim, acontece porque deveria acontecer. Finalizando aqui, minha recomendação é: assistam Serendipty! 

With love, Duda.



quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Dear reader,

Um dia, eu estava ouvindo um podcast em que uma menina fazia uma comparação entre uma ostra e um artista, uma pérola e uma arte. Durante todo o dia, fiquei me questionando sobre essa frase: "Ostra feliz não faz pérola."

A ostra representa um artista; para a ostra fazer uma pérola, ela precisa ser incomodada, machucada, com um grão de areia, e aí surge a pérola. A ostra precisa sofrer para criar algo lindo como uma pérola. Ou seja, será que para alguém, principalmente um artista, é necessário haver sofrimento para criar arte? A maioria das melhores músicas, das melhores poesias e das melhores histórias vieram de pessoas que foram machucadas ou que se machucaram. Muitas artes surgem pela dor.

Arte pode ser tudo. Arte pode ser dança, escrita, música, filme... A arte existe graças ao artista, que muitas vezes, ou em quase todas as circunstâncias, foi machucado. Será que não se pode criar arte através da felicidade? Acho que sim, mas temos que concordar que a arte que vem da dor se destaca muito mais.

Rubem Alves escreveu sobre isso; ele diz que escreveu para se livrar da dor. Mas ele também diz que a dor não precisa ser doída, mas que pode ser mais como uma curiosidade que incomoda, mas ainda assim, é um incômodo. Eu acredito que a arte surge muitas vezes através da dor porque é uma forma de extravasar, de distrair a cabeça, talvez até de se curar. Claramente, eu não sou nenhuma artista, mas ainda assim, toda vez que me sinto triste, ansiosa ou angustiada com algo, gosto de escrever, desenhar e pintar. Toda dor e todo incômodo pode virar arte. 

Eu conversei e pesquisei bastante sobre esse assunto antes de escrever aqui, mas tenho que concordar com Rubem Alves. De certo modo, isso é algo muito bom. Algo feio, aos nossos olhos, pode virar algo bonito ao olhar de outro alguém. Acho que se tudo, bom ou ruim, ficasse guardado dentro de nós, não existiria nenhum tipo de arte, apenas talentos ocultos.

Enquanto eu lia textos no Pinterest, também vi uma frase de Kait Rokowski, que para ser bem sincera, até pouquíssimo tempo eu não sabia quem era, que diz: "Nothing ever ends poetically. It ends and we turn into poetry. All that blood was never once beautiful. It was just red." (Nada nunca termina poético. Termina e nós transformamos em poesia. Todo esse sangue nunca foi bonito. Era apenas vermelho.) Ou seja, nós que transformamos e romantizamos diversas situações, algo traumático para alguém pode virar uma das músicas mais escutadas do mundo, e por aí vai.

Vou colocar uma foto aqui com frases de artistas que ao meu ver, explicam muito bem isso. 

Aprender a lidar com algo que nos incomoda nunca é fácil; é um processo muitas vezes longo e demorado que faz com que você se sinta ansioso, desanimado... Mas achar algo que te ajude a lidar com isso pode mudar completamente a situação. 

“A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faça sofrer. Sofrendo, a ostra diz para si mesma: ‘Preciso envolver essa areia pontuda que me machuca com uma esfera lisa que lhe tire as pontas…’ Ostras felizes não fazem pérolas… Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída… Por vezes a dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade’’.

Ter um grão de areia que te incomoda ou machuca é mais comum do que imaginamos, mas a forma que você lida com ele é que irá fazer a diferença. Acredito que todos nós temos algum talento; você já pode saber o seu, ou ele ainda está escondido. A questão é que todos nós podemos criar algo lindo através de algo desagradável. Espero que, seja qual for o grão de areia que esteja te incomodando, se transforme em uma pérola.

With love, Duda.



segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Dear reader

Se ouvirmos a palavra "casa", vamos pensar em quatro paredes e um teto. Eu acredito que casa seja mais um sentimento do que um lugar.

Sentimento de pertencer a algo ou a alguém.

Ser casa, ter casa, sentir-se em casa.

Eu me sinto em casa toda vez que abraço minha mãe, sinto o cheiro do meu avô em suas roupas sociais, passo o dia com a minha avó enquanto conversamos e assistimos filmes juntas ou até mesmo quando vou ao restaurante que frequentava quando criança.

Desde pequena, eu sempre amei ficar em casa, mas hoje percebo que não era pela casa em si, mas por causa daqueles que estavam comigo, independente do lugar, mas com aqueles que me dão conforto e amor incondicional.

Não vou negar que tenho minhas preferências por lugares específicos, que existem lugares que fazem eu me sentir mais ainda em casa, mas talvez todo esse sentimento de estar em casa nesses lugares seja por causa das pessoas que sempre estavam lá comigo.

Sei que toda vez que quero voltar para casa, é só recorrer àqueles que fazem de toda casa um lar.

Pode ser que você não se sinta em casa no lugar onde mora, mesmo que tenha morado ali durante toda sua vida. Sentir como se não pertencesse ao lugar onde você está no momento não é a pior coisa do mundo. Você pode ter morado durante 30 anos em uma cidade e nunca ter se sentido em casa, mas, após 3 semanas morando em uma nova, você finalmente se sinta bem.

Casa, para mim, tem sido mais um sentimento do que um lugar, sentimentos e pessoas que fazem com que eu me sinta em casa, independente do lugar onde eu esteja fisicamente. E, apesar de todos esses pensamentos e sentimentos que fazem parte da nossa existência, você não precisa pertencer a um lugar ou a alguém, e também não precisa ter alguém ou algo que pertença a você. Não é uma regra.

Não digo isso para que seja algo deprimente, mas, caso você se sinta assim, saiba que pode pertencer a si mesmo. Onde quer que esteja ou com quem esteja, sempre iremos pertencer a nós mesmos. Entretanto, isso não anula o fato de como é boa a sensação de ter pessoas ao nosso redor que fazem com que nos sintamos acolhidos e bem.

Hoje em dia, moro na cidade onde sempre viajava com a minha família quando eu era criança. Meu primeiro Natal foi passado aqui. Entender e reconhecer esse lugar como casa foi algo que demorou anos. Parar de reclamar e comparar todos os lugares que considero melhores com o lugar onde moro foi muito difícil, e ver os pontos positivos de morar aqui também demorou muito. Eu não me sentia em casa porque não queria estar aqui, estava sempre desejando algo a mais.

Seria  mentira dizer que não me vejo em nenhum outro lugar além daqui no futuro, até porque o mundo é muito grande, mas talvez, só talvez, o fato de eu estar aqui neste momento é porque estou onde deveria estar nesta fase da minha vida. Quando eu era criança e vinha para cá, eu amava. As férias eram a minha parte preferida do ano porque a minha família se reunia e nós vínhamos para cá. Passávamos o dia todo na praia, saíamos para comer à noite e, de manhã, sempre fazíamos uma caminhada até a padaria.

Obs: Essas duas fotos são no mesmo lugar mas com alguns anos de diferença.

Tenho ótimas memórias neste lugar, não só da infância, mas também da adolescência, quando eu e meus amigos passávamos o fim de semana inteiro na praia e depois saíamos para comer ou nos reuníamos na casa uns dos outros. Era sempre muito bom. Analisando todos esses momentos durante tantas fases da minha vida, eu não poderia me sentir mais grata.

Meus avós atualmente moram na casa que frequento desde que nasci. Era a nossa casa de praia. O mais incrível de tudo isso é que, toda vez que aprecio aquela vista, lembro de quantas vezes fiz isso durante a minha vida. Ao ver as fotos antigas, eu me vejo no mesmo lugar, porque realmente é. Claro que agora há mais casas e prédios, mas ainda é o mesmo lugar que eu sempre olhava e estava quando era criança.

Eu sei que essa forma de pensar só se tornou concreta em minha mente no momento em que parei de reclamar e comecei a valorizar. Também sei que, mesmo hoje em dia, gostando mais do lugar onde moro, não é só sobre o lugar em si, mas também por causa daqueles que estão aqui comigo.

With love, Duda.





quarta-feira, 24 de julho de 2024

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